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Investimentos: como usar aqueles que protegem da inflação

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A oscilação do mercado financeiro, em especial, a que influi no aumento da inflação, deixam muitos investidores em alerta, principalmente os mais conservadores.

Isso acontece porque a alta dos preços reflete em retornos cada vez menores e por esse motivo a busca de cenários mais favoráveis são uma constante no dia a dia de quem tem seu dinheiro investido.

Para tomadas de decisões sobre o que fazer com o seu dinheiro nesses casos é necessário primeiro entender como tudo funciona e quais são as forças causadoras de quedas e aumentos.

Então aproveite o conteúdo e saiba como proteger seu dinheiro da inflação.

Qual o cenário favorável a investimentos atrelados à inflação

Para se ter ideia, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou inflação de 0,83% em maio na comparação com abril – maior resultado para o período desde 1996.

Além disso, o IPCA acumula alta de 3,22% no ano e de 8,06% em 12 meses.

E não se trata apenas do retrospecto recente, pois as estimativas para o indicador, segundo o relatório Focus do Banco Central, têm sido de 5,44% neste ano e de 3,70% no seguinte.

Sob essas condições, contar com ao menos uma parte da carteira reservada a ativos que ofereçam retornos reais é ainda mais relevante para o investidor.

Investimentos ligados à inflação

As alternativas disponíveis podem ser encontradas em:

  • Títulos públicos;
  • Fundos de investimento;
  • ETFs de renda fixa;
  • Debêntures;
  • Fundos imobiliários.
Títulos públicos

Os títulos públicos do tipo Tesouro IPCA+, com ou sem pagamento de bônus semestrais, caracterizam os papéis que combinam uma parte de retorno prefixado e o restante indexado à inflação, medida pelo IPCA.

No caso do pagamento de cupom, o investidor recebe o retorno antecipadamente, duas vezes ao ano.

Atualmente, as taxas de juros reais (isto é, descontada a inflação) pagas por esses papéis superam os 4% – no caso daqueles com vencimentos a partir de 15 anos.

No entanto, atente-se ao vencimento do papel, uma vez que, se vender antes do prazo, as taxas podem sofrer alterações para cima ou para baixo.

Para se proteger disso, o investidor deve alinhar o prazo do investimento com seus objetivos, garantindo a taxa contratada no momento da aplicação.

Aliás, quanto mais longo o vencimento, mais alta é a volatilidade do Tesouro IPCA+, e o cenário de pandemia agrava esse tipo de caso.

Isso porque o estresse do mercado neste momento tem feito investidores pedirem prêmios mais altos para emprestar recursos ao governo.

E à medida que piora a avaliação do mercado sobre a evolução das contas públicas, os prêmios que o governo precisa pagar para se financiar aumentam.

A partir daí, é provocada uma queda nos preços dos títulos que estão nas mãos dos investidores, especialmente nos de mais longo prazo.

Assim, caso decidisse fazer o resgate antecipado, o investidor poderia ter sofrido perdas.

Quanto aos custos, a B3 cobra taxa de custódia de 0,25% ao ano sobre o valor total dos títulos.

Fundos de inflação

Aqui, o investimento conta com o gestor para determinar quais papéis e vencimentos farão parte da seleção.

Nesses fundos, a carteira é composta por uma cesta de títulos públicos que tem como objetivo superar um índice, normalmente o “IMA-B” ou o “IMA-B 5”, com prazo de até cinco anos, ou “IMA-B 5+”, com vencimentos dos papéis iguais ou acima de cinco anos.

Porém, nos fundos é importante lembrar que há cobrança de come-cotas, taxa de administração e eventual taxa de performance.

Apesar de opções interessantes para diversificar carteira, são investimentos de longo prazo e não devem configurar reserva de emergência.

No fim, esses fundos são uma boa opção para o investidor que está dando os primeiros passos no mercado financeiro e ainda não consegue fazer as escolhas sozinho.

ETFs de renda fixa

Esses replicam o desempenho de índices que acompanham títulos públicos e privados prefixados ou atrelados à inflação.

Dos 7 produtos negociados na B3, 5 deles são atrelados ao IPCA, como:

“B5P211“, que acompanha a evolução da carteira de papéis com prazos de até cinco anos, e a taxa de administração é de 0,20% ao ano;

“IB5M11” e “B5MB11”, que acompanham a evolução da carteira de títulos indexados à inflação com prazo igual ou superior a cinco anos;

“IMAB11” e “IMBB11”, que replicam o IMA-B geral – formado por todos os títulos que compõem a dívida pública. As taxas de administração variam de 0,20% a 0,25% a.a.

Assim, esses podem ser uma forma rápida e acessível de investir em uma cesta de ativos, e com vantagem tributária sobre os fundos de investimento tradicionais.

Isso porque a alíquota de Imposto de Renda sobre os rendimentos é sempre de 15%, independentemente do prazo da aplicação, porém, atenção para a menor liquidez dos ativos.

Debêntures

As debêntures com retorno atrelado ao IPCA também são interessantes para compor o portfólio e proteger o capital do aumento da inflação.

No entanto, não são todas as debêntures que são atreladas ao IPCA.

Nesse caso, pelo fato de o investidor estar exposto a uma empresa, ele precisa se atentar ao risco de crédito dos papéis, sendo necessário entender:

  • As garantias;
  • O rating da empresa;
  • Se o prêmio oferecido é condizente com o risco da companhia.

Se o investidor não tem grande conhecimento do mercado e tempo para estudar as empresas, vale investir via fundos de debêntures, que contam com uma gestão profissional para fazer as escolhas.

Apesar de representarem maior diversificação do portfólio e pulverização dos riscos, as debêntures não contam com proteção do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Embora existam opções com vencimentos mais curtos, o ideal é que o investidor tenha um horizonte de investimento de no mínimo três a cinco anos, havendo debêntures com prazos acima de dez anos.

Fundos imobiliários

Diante da alta da inflação, FIIs voltados para renda e que possuem, no portfólio, ativos com contratos de aluguel atrelados ao IPCA e ao IGP-M podem se beneficiar desse cenário.

No ano, o IGP-M, usado principalmente no cálculo do reajuste anual dos contratos de aluguel, acumula valorização de 14,39% até maio.

Com aplicações mínimas abaixo de R$ 100, os fundos imobiliários são bem acessíveis

Porém, por serem de renda variável e estarem sujeitos a oscilações bruscas, são recomendados para investidores, pelo menos, de perfil moderado.

De todo modo, boas alternativas podem ser os fundos de recebíveis imobiliários e os residenciais, que vêm ganhando atenção diante dos juros baixos aumentando a tomada de crédito habitacional.

Mas vale ficar de olho na alta da Selic, que pode tirar parte da atratividade dos produtos.

Além disso, o cenário de pandemia pode impactar os imóveis, de modo que esses podem ter alta na taxa de vacância, com impacto sobre as cotas.

Por isso, é bom entender se o shopping recuperou as vendas, se as lajes estão devolvendo escritórios.

Isso porque, por mais que a inflação esteja mais pressionada no ano, o fundo pode não conseguir repassar o aumento dos preços para os inquilinos por conta da crise.

Assim, uma boa opção são os fundos imobiliários de papel, que possuem na carteira papéis de renda fixa como CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários e (LCIs) Letras de Crédito Imobiliário.

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Fonte: XPeed

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