Nesta quarta-feira (16), acontece a sexta reunião do comitê de política monetária (Copom) em 2020 – no mesmo dia em que ocorre nos EUA a reunião do FOMC, o comitê de política monetária do banco central dos EUA.
Na “superquarta”, as atenções dos gestores voltam-se para as sinalizações que serão dadas pelos bancos centrais em seus comunicados, que impactam os preços de mercado nas diferentes classes de ativo. Vale lembrar que, em agosto, o banco central americano (Fed) mudou seu arcabouço de política monetária, para uma meta de inflação média – no lugar de inflação prospectiva – o que reforça o compromisso em manter os juros baixos por tempo prolongado.
Na terça-feira (15), a equipe de fundos de investimento da XP realizou uma consulta aos gestores de estratégia multimercado macro da plataforma, a fim de coletar expectativas quanto ao Copom, projeções para os principais indicadores econômicos e posicionamento dos fundos no mercado local. Foram consultadas 27 gestoras, confira os resultados a seguir:
Expectativa unânime para Selic estável até o final do ano
Ao longo do ano, a mediana das projeções dos gestores para a taxa Selic ao final de 2020 passou por sucessivas quedas, até estacionar no nível de 2,00% em junho. Para a reunião do Copom, nesta quarta-feira, há um consenso de que o juro básico será mantido no nível atual.
Por outro lado, as opiniões passam a divergir quando considerada a expectativa para o período em que se iniciará o ciclo de altas da taxa Selic. Hoje a maior parte dos gestores espera o aumento do juro básico pelo menos a partir de 2022.
Economia doméstica em recuperação
A economia doméstica vem dando sinais mais consistentes de recuperação e, nesse sentido, as projeções dos gestores para a variação do PIB brasileiro em 2020 evoluíram positivamente nos últimos 3 meses. Vale destacar que, logo após o início da crise – um ambiente de incertezas altíssimas – a dispersão dos valores projetados para o PIB era maior do que é hoje.
Além disso, houve um aumento marginal nas projeções dos gestores para a inflação, desde a última reunião do Copom.
Nos níveis de preços atuais, as maiores oportunidades são identificadas na Bolsa brasileira e em bolsas de países desenvolvidos
As perspectivas para as diferentes classes de ativo são dinâmicas e podem mudar a cada semana. Dito isso, diante dos níveis de preços atuais, os gestores apontam o mercado de ações, sobretudo no Brasil, como o mais atrativo. Outra oportunidade identificada pelos gestores é a compra de moedas de países emergentes contra o dólar – movimento que vai em linha com a tendência de recuperação dessas economias, em conjunto com o prolongamento do período de juro baixo nos EUA.
Na média, os gestores estão utilizando cerca de 50% do orçamento de risco para a montagem dos portfólios.
Fonte: XP Investimentos